
Nigéria: Apelo por Ação Urgente contra a Perseguição Religiosa
A crescente violência e perseguição aos cristãos na Nigéria têm gerado preocupações internacionais, levando a uma carta aberta enviada por nigerianos a líderes políticos, exigindo ações concretas do governo. O apelo surgiu após a designação da Nigéria como um “País de Preocupação Especial” pelo governo dos Estados Unidos, reconhecendo a gravidade da situação enfrentada por comunidades cristãs no país.
Contexto da Perseguição Religiosa
A Nigéria, com aproximadamente 50% de sua população composta por cristãos, é considerada pela organização Portas Abertas como o 11º pior país do mundo em termos de perseguição religiosa. Essa classificação se deve à violência sectária, principalmente em regiões onde a população islâmica é predominante. A cada ano, milhares de cristãos são mortos ou sequestrados, tornando a Nigéria um dos países mais perigosos para a prática do cristianismo.
Recentemente, dois ataques mortais a igrejas cristãs chocaram o país e evidenciaram a necessidade urgente de ação por parte do governo e das autoridades de segurança. A situação atual não é apenas uma questão de estatísticas, mas uma realidade dolorosa que afeta a vida de muitas famílias e comunidades.
A Carta Aberta da Coalizão Global pela Liberdade Religiosa
A Coalizão Global pela Liberdade Religiosa na Nigéria (GCFRN), que representa nigerianos tanto dentro quanto fora do país, enviou uma carta aberta ao Presidente do Senado e ao Presidente da Câmara dos Representantes, demandando medidas imediatas para combater a violência e a perseguição. A carta destaca várias falhas nos serviços de segurança nigerianos, que, mesmo diante de avisos prévios sobre possíveis ataques, não conseguiram prevenir a violência. Em muitos casos, as forças de segurança estavam mal equipadas e mal preparadas para proteger as comunidades vulneráveis.
A GCFRN também criticou a Assembleia Nacional da Nigéria por tentar “negar o que já é inegável”, alertando que continuar nesse caminho demonstraria que o governo é fraco ou, em alguns casos, cúmplice da situação. O apelo é claro: é necessário um reconhecimento da gravidade da situação e uma resposta efetiva que vá além de promessas vazias.
Recomendações para Melhorar a Situação
A GCFRN apresentou uma série de recomendações para ajudar a mitigar os abusos que ocorrem regularmente na Nigéria. Entre as propostas estão:
- Revogação das leis de blasfêmia que são frequentemente usadas para atacar minorias religiosas;
- Restituição de terras às comunidades deslocadas por militantes;
- Criação de um departamento específico para registrar e investigar denúncias de crimes relacionados à liberdade religiosa.
Essas medidas visam não apenas proteger os direitos dos cidadãos, mas também restaurar a confiança nas instituições que deveriam garantir a segurança e a liberdade religiosa de todos os nigerianos.
Apoio Internacional e Necessidade de Ação
Scot Bower, CEO da Christian Solidarity Worldwide, expressou seu apoio à iniciativa da GCFRN, enfatizando a importância de uma resposta decisiva por parte do governo nigeriano. Ele destacou que os recentes ataques em estados como Borno, Kaduna, Kebbi e Kwara são apenas alguns exemplos da terrível violência que as comunidades têm enfrentado há mais de uma década.
A situação exige uma resposta urgente e eficaz não apenas do governo nigeriano, mas também da comunidade internacional. Bower fez um apelo para que a comunidade global ajude a identificar e responsabilizar os financiadores e perpetradores de violência relacionada ao terrorismo e à religião, a fim de proteger as comunidades vulneráveis e promover a liberdade religiosa.
O clamor por justiça e proteção das comunidades cristãs na Nigéria é um chamado à ação que não pode ser ignorado. A luta contra a perseguição religiosa exige um esforço conjunto, tanto a nível nacional quanto internacional, para garantir que todos possam viver em segurança e liberdade.