
Parlamento do Reino Unido Recebe Nova Carta dos Pregadores de Rua
Recentemente, uma nova versão da “Carta dos Pregadores de Rua” foi apresentada no Parlamento do Reino Unido. O documento surge após uma série de multas, detenções e processos enfrentados por pastores que atuam em espaços públicos. Esta iniciativa é promovida pelo Instituto Cristão, que busca fortalecer as garantias legais para a pregação ao ar livre e a liberdade de expressão, além de incentivar práticas responsáveis entre os evangelistas.
Objetivos da Carta
A carta estabelece diretrizes claras para aqueles que desejam compartilhar sua fé em vias públicas na Inglaterra e no País de Gales. Além de orientar a atuação de pregadores, o documento também serve como um guia para a polícia e autoridades locais, promovendo um ambiente mais seguro e respeitoso para a prática da pregação. Entre os principais objetivos, destacam-se:
- Fortalecer as garantias legais de liberdade de expressão.
- Orientar sobre as regulamentações municipais pertinentes.
- Promover boas relações com órgãos públicos e comerciantes locais.
Diretrizes Importantes
O documento contém orientações legais e recomendações de conduta, enfatizando a importância de se manter vínculos com igrejas locais e respeitar as leis que regem a atividade pública. Algumas das diretrizes mais relevantes incluem:
- Ser cauteloso ao abordar temas sensíveis, como debates sobre gênero e sexualidade.
- Defender as crenças cristãs sem ataques ou comparações desrespeitosas a outras religiões.
- Manter um tom de voz respeitoso e evitar posturas agressivas.
- Desestimular abordagens direcionadas a indivíduos específicos na audiência.
- Ser cooperativo e respeitar a autoridade legítima das forças de segurança.
Apoio e Reconhecimento
A carta recebeu o apoio de diversas organizações tradicionais de evangelismo de rua, como Open Air Campaigners GB e Open-Air Mission. O prefácio do documento foi escrito por Lord Macdonald de River Glaven KC, ex-diretor do Ministério Público, que destacou a importância histórica da liberdade de expressão no Reino Unido e o papel vital da pregação pública na construção deste direito fundamental. Ele afirmou: “Quando realizada de forma responsável, a pregação de rua contribui para a vitalidade de nossos espaços públicos.”
Casos que Motivaram a Criação da Carta
Um dos casos que catalisou a criação da nova versão da carta foi o incidente envolvendo o pregador escocês Angus Cameron, que foi preso em Glasgow em 2022 após uma denúncia infundada de “perturbação da paz”. Cameron foi abordado por policiais enquanto pregava em via pública, sendo mantido em uma viatura por mais de uma hora. Apesar de não ter sido formalmente acusado, um registro policial de “incidente de ódio não criminal” foi feito contra seu nome.
Com o apoio jurídico do Instituto Cristão, Cameron moveu uma ação alegando prisão ilegal, discriminação e violação de direitos humanos, ganhando a causa e recebendo uma indenização de £5.500, além de £9.400 em custas. Ele decidiu destinar essa quantia ao próprio Instituto Cristão, reafirmando seu compromisso com a luta pela liberdade de expressão.
Expectativas Futuras
Sam Webster, advogado e chefe do departamento jurídico do Instituto Cristão, expressou a esperança de que no futuro as forças policiais e os conselhos municipais reconheçam oficialmente a carta e suas diretrizes. A iniciativa visa lembrar tanto pregadores quanto autoridades sobre as liberdades que são garantidas há séculos no Reino Unido, promovendo um ambiente de respeito mútuo e diálogo. A carta dos pregadores de rua não é apenas uma defesa da liberdade de expressão, mas também um convite à responsabilidade e à convivência harmônica nas comunidades.
Conclusão
A nova Carta dos Pregadores de Rua representa um importante passo na defesa da liberdade de expressão no Reino Unido, proporcionando uma estrutura que não apenas protege os evangelistas, mas também promove uma convivência pacífica e respeitosa com a sociedade. Com diretrizes claras e o apoio de organizações relevantes, espera-se que essa iniciativa fortaleça a prática da pregação ao ar livre, mantendo o diálogo aberto e respeitoso entre diferentes crenças e opiniões.