
China Intensifica Perseguição a Igrejas Cristãs com Prisão de Pastores
Recentemente, o regime comunista da China realizou uma operação nacional que resultou na prisão de pelo menos 30 pastores e líderes da Igreja Zion, uma das maiores congregações cristãs evangélicas não registradas no país. As detenções ocorreram em várias províncias, incluindo Pequim, Guangxi, Zhejiang e Shandong, e marcam uma das repressões mais abrangentes contra igrejas independentes desde 2018.
A operação policial teve início na quinta-feira, dia 9 de outubro de 2025, e foi caracterizada por mandados emitidos previamente, levando a prisões simultâneas em diferentes regiões. Entre os detidos, destaca-se o pastor Ezra Jin Mingri, fundador da Zion Church, que foi preso em sua residência na cidade de Beihai, no sul da China. As acusações contra ele incluem o “uso ilegal de redes de informação”, um crime que pode resultar em uma pena de até sete anos de prisão.
Contexto da Perseguição Religiosa
O porta-voz da Zion Church, Sean Long, que atualmente se encontra exilado nos Estados Unidos, declarou que essa ação faz parte de uma nova onda de perseguição religiosa em curso neste ano. Long informou que, além dos pastores, cerca de 150 fiéis foram interrogados nos últimos dias, e pelo menos 20 líderes da igreja permanecem detidos. Ele enfatizou que essa é uma violação brutal da liberdade religiosa, que, segundo a Constituição chinesa, deveria ser garantida.
A situação é ainda mais preocupante para a família do pastor Mingri. Sua filha, Grace Jin Drexel, que reside em Washington e trabalha no Senado americano, expressou preocupação com a saúde de seu pai, que sofre de diabetes e necessita de medicação. Drexel também mencionou que os advogados não têm permissão para visitá-lo, o que agrava a situação. A mãe de Mingri, Chunli Liu, destacou que as autoridades têm medo da influência que seu esposo exerce sobre a congregação.
Reações Internacionais
A prisão dos líderes religiosos gerou condenações internacionais. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se manifestou publicamente contra a detenção dos pastores, incluindo a do pastor Mingri. Em uma nota oficial e em postagens nas redes sociais, Rubio exigiu a libertação imediata dos detidos e afirmou que essa repressão ilustra a hostilidade do Partido Comunista Chinês em relação aos cristãos que buscam praticar sua fé sem a interferência do estado.
A Igreja Zion e Seu Crescimento
A Zion Church foi fundada em 2007 por Mingri e cresceu rapidamente, atualmente contando com cerca de 5 mil fiéis em 40 cidades chinesas. Durante a pandemia de COVID-19, a igreja viu seu número de seguidores aumentar ainda mais, especialmente através de cultos virtuais, que atraíram novos membros em busca de um espaço espiritual durante tempos difíceis.
A recusa da Zion Church em se submeter ao Movimento Patriótico das Três Autonomias (TSPM), um órgão estatal que supervisiona as igrejas evangélicas sob controle do Partido Comunista, é vista pelo regime como uma ameaça direta à sua autoridade. O governo chinês atualmente reconhece oficialmente cerca de 44 milhões de cristãos que frequentam igrejas estatais. No entanto, estima-se que outros 60 milhões pratiquem sua fé em congregações não registradas, conhecidas como “igrejas domésticas”. Este número é alvo de esforços do regime para reduzir por meio de prisões, censura e intimidações.
Consequências e Futuro da Liberdade Religiosa na China
A repressão a igrejas independentes na China levanta questões sérias sobre a liberdade religiosa e os direitos humanos no país. O tratamento dispensado aos cristãos e outras minorias religiosas é indicativo de um ambiente cada vez mais hostil, onde a expressão da fé é frequentemente suprimida. Observadores internacionais e defensores dos direitos humanos continuam a documentar abusos e a exigir mudanças, mas a resposta do governo chinês tem sido a manutenção do controle e da vigilância sobre práticas religiosas.
Enquanto a situação evolui, a comunidade internacional observa atentamente as ações do regime e suas implicações para a liberdade religiosa e os direitos humanos na China. A luta pela liberdade de culto e a proteção dos direitos dos crentes continua sendo um tema central nas relações internacionais e nas discussões sobre a política interna chinesa.