
Reunião de Lula com o Bispo Samuel Ferreira e Indicação de Jorge Messias para o STF
No Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus Ministério Madureira, e outros destacados membros do governo. Durante esse encontro, Lula anunciou sua intenção de indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação sobre a indicação de Messias foi amplamente divulgada pelo portal Metrópoles, que recebeu confirmações de pelo menos cinco colaboradores próximos ao presidente. A expectativa é de que o anúncio oficial ocorra em breve, seguido pela sabatina no Senado, uma etapa necessária para a aprovação do novo nome para o tribunal. A Secretaria de Imprensa do Planalto, no entanto, se absteve de comentar sobre quaisquer indicações ao STF.
Após a divulgação da notícia, Jorge Messias declarou que não havia recebido convite para tal posição, chamando a informação de “especulação”. Contudo, o Metrópoles manteve suas fontes e a apuração sobre o assunto.
Contexto do Encontro
O encontro entre Lula e Samuel Ferreira, que também contou com a presença do deputado federal Cezinha de Madureira e da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi descrito como um momento de fé e emoção. Durante a reunião, bíblias comemorativas foram entregues e houve um momento de oração pelo Brasil e pelo presidente.
Lula expressou sua gratidão ao bispo Ferreira, ressaltando o relevante papel da Assembleia de Deus na sociedade brasileira, tanto no aspecto espiritual quanto social. O presidente mencionou o crescimento da igreja e a importância do acolhimento aos fiéis, evidenciando uma relação de respeito entre sua administração e a instituição religiosa.
Interesses e Expectativas
Fontes próximas à agenda do encontro sugerem que o bispo Ferreira tem trabalhado nos bastidores para aumentar a representatividade evangélica no Judiciário brasileiro. Houve conversas informais que indicavam uma expectativa de que Jorge Messias pudesse se tornar o novo ministro do STF, com a frase: “Estamos trabalhando na esperança de termos mais um evangélico no Supremo Tribunal Federal, nosso querido ministro Messias.”
Embora a ligação entre o encontro e a decisão presidencial não tenha sido confirmada oficialmente, o que se sabe é que Messias é considerado o nome com maior proximidade ao presidente entre os candidatos cotados para a vaga. A necessidade de uma nova indicação se deve à aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, que deixou o tribunal aos 67 anos.
Perfil de Jorge Messias
Jorge Rodrigo Araújo Messias, nascido em 25 de fevereiro de 1980, em Recife (PE), é um advogado com uma carreira sólida no serviço público. Ele se formou em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2003 e, posteriormente, obteve mestrado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pela Universidade de Brasília (UnB) em 2018. Atualmente, ele está finalizando seu doutorado na mesma instituição, com uma tese que aborda o Centro de Governo e a Advocacia Geral da União (AGU) em contextos de risco global.
Messias ingressou na carreira como Procurador da Fazenda Nacional em 2007, fazendo parte da AGU. Sua trajetória inclui passagens por importantes órgãos do governo, como o Banco Central e o BNDES, além de ministérios da Educação e Ciência e Tecnologia. Ele também ocupou o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff.
Nomeado advogado-geral da União por Lula em janeiro de 2023, Messias se destacou ao ser o mais votado em uma lista sêxtupla de entidades da categoria. Sua notoriedade aumentou em 2016, quando foi apelidado de “Bessias” em áudios vazados da Operação Lava Jato, o que foi utilizado para tentar inviabilizar a nomeação de Lula à Casa Civil na época.
Implicações da Indicação
Se sua indicação for confirmada, Jorge Messias, com apenas 45 anos, poderá permanecer no STF por até três décadas, de acordo com as normas atuais. Essa possibilidade de longa permanência no tribunal pode ter um impacto significativo nas decisões judiciais e na direção do Judiciário brasileiro nos próximos anos, especialmente em um momento em que as questões sociais e políticas estão em constante debate e evolução.
A nomeação de Messias representa não apenas uma escolha de um advogado experiente, mas também um movimento estratégico para aumentar a diversidade de representatividade religiosa no STF, refletindo a crescente influência das comunidades evangélicas na política brasileira.
O desfecho deste processo de indicação será observado com grande atenção, tanto por seus possíveis impactos na justiça brasileira quanto por seu significado em termos de representação e diálogo entre o Estado e as instituições religiosas no Brasil.