
Michael Tait reconhece comportamentos inadequados e pede desculpas
Recentemente, Michael Tait, o ex-vocalista da renomada banda cristã Newsboys, fez uma revelação chocante ao admitir ter se comportado de forma inadequada com um homem que se apresentou sob o pseudônimo de Lucas. Durante uma conversa telefônica gravada sem seu consentimento, Tait pediu perdão e reconheceu que suas ações foram inapropriadas. O áudio, que dura 45 minutos, foi divulgado pelo site The Roys Report e contém trechos em que o cantor expressa arrependimento por suas ações.
Detalhes do Caso
A situação se desenrolou após Lucas, que afirmou ter conhecido Tait em um festival cristão em Birmingham, Alabama, no ano 2000, expor seu relato de abuso que, segundo ele, ocorreu entre 2002 e 2010. Durante esse período, Tait teria usado sua posição de destaque na indústria musical para manipular e coagir Lucas a situações desconfortáveis. Em um dos trechos da gravação, Tait admite: “Quando te avancei pela primeira vez, te toquei de forma inapropriada, e tudo saiu do controle… isso me dominou”.
Lucas relatou que a primeira ocorrência de abuso físico aconteceu em 2003, quando Tait o convidou para passar a noite em sua casa em Brentwood, Tennessee. Ele descreve a experiência como traumática, afirmando que acordou no meio da noite com Tait o tocando, o que o levou a deixar a casa rapidamente.
Reflexões e Arrependimento
Durante a conversa gravada, Tait compartilhou que enfrentou diversos desafios pessoais, incluindo vícios e crises emocionais. Ele mencionou que não existe um manual para lidar com essas situações, exceto a Bíblia, e afirmou que suas lutas internas o levaram a cometer erros graves. “Eu chorei, orei, lidei com vícios em todos os níveis. Eu menti, trapaceei, enganei, destruí meu mundo… mas tudo começou em algum lugar”, afirmou Tait, expressando sua dor e arrependimento.
Declarações de Tait e Consequências
Após deixar a banda Newsboys em janeiro, Tait publicou uma carta aberta intitulada “Minha Confissão”, onde reconheceu ter feito “toques sensuais indesejados” e admitiu o uso de álcool e drogas ao longo dos anos. No entanto, ele negou as acusações de abuso feitas por algumas das vítimas. Tait afirmou estar sóbrio desde o início do ano e refletiu sobre a destruição que seus comportamentos causaram em sua vida e carreira.
Ele mencionou que seus mentores o aconselharam a não pedir perdão, mas decidiu fazê-lo por uma convicção pessoal. “Você pode me enforcar na forca ou pode dizer: ‘Ei, eu te perdoo’”, ponderou.
As Reações das Vítimas
Lucas, que aceitou o pedido de desculpas de Tait, decidiu divulgar a gravação para alertar outras possíveis vítimas e impedir que o cantor retome sua carreira musical. Ele expressou seu desejo de que Tait enfrente as consequências de suas ações, afirmando: “Ele já viveu das almas dos outros por tempo suficiente. Gostaria de vê-lo preso. Não porque eu ganhe algo com isso, mas porque é o que se merece”.
Investigações e Outras Acusações
A situação ganhou ainda mais notoriedade após reportagens do The Guardian e do The Roys Report que revelaram relatos de outros homens que também acusam Tait de agressão sexual e aliciamento. Um dos denunciantes, Shawn Davis, afirmou que foi estuprado por Tait em 2003 após ter sido drogado. Davis está cooperando com a investigação preliminar aberta pelo Departamento de Polícia de Brentwood.
“Estamos tentando controlar isso e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para derrubá-lo”, declarou, enfatizando a importância de que todas as vítimas se apresentem e compartilhem suas histórias.
Reações no Cenário Cristão
O caso gerou uma onda de reações entre artistas e líderes do meio gospel. John Cooper, vocalista da banda Skillet, classificou o episódio como “uma vergonha e uma tragédia para a Igreja”. Ele destacou a necessidade de uma condenação clara e contundente dos atos de abuso, em vez de uma condenação de pessoas, enfatizando que, embora todos sejam pecadores, existem comportamentos que não podem ser ignorados.
Enquanto as investigações continuam, o caso de Michael Tait levanta questões cruciais sobre o abuso de poder no contexto da música cristã contemporânea e as responsabilidades das comunidades de fé em proteger as vítimas e promover a responsabilização adequada.