Pastor Sequestrado é Morto Após Resgate na Nigéria

Pastor sequestrado é encontrado morto na Nigéria após pagamento de resgate

No dia 2 de outubro de 2025, o Rev. James Audu Issa, um pastor da Igreja Evangélica Winning All (ECWA) na área de Ekati, estado de Kwara, Nigéria, foi encontrado morto. O pastor havia sido sequestrado em sua própria casa, localizada dentro das instalações da igreja, em 28 de agosto do mesmo ano.

O sequestro e o resgate

Fontes locais relataram que o Rev. James Audu Issa foi sequestrado por supostos criminosos Fulani, que atuam na região oeste da Nigéria. Os sequestradores inicialmente exigiram uma quantia exorbitante de 100 milhões de nairas (equivalente a aproximadamente 62.500 dólares). No entanto, após intensas negociações, a família do pastor e a comunidade local conseguiram reduzir a quantia para 5 milhões de nairas (cerca de 3.125 dólares), que foi paga na esperança de garantir a liberdade do religioso.

Apesar do pagamento do resgate, os sequestradores mostraram-se implacáveis. Após receberem o dinheiro, exigiram mais 45 milhões de nairas (aproximadamente 28.125 dólares). Tragicamente, antes que qualquer nova negociação pudesse ser iniciada, o Rev. James Audu Issa foi brutalmente assassinado.

A reação da comunidade e da igreja

O Rev. Romanus Ebeneokodi, porta-voz da ECWA, expressou a dor e a indignação da comunidade em uma declaração, afirmando que o pastor foi uma vítima inocente em uma série de ataques a cristãos na região. Ele destacou que a morte de Issa deixou sua esposa, filhos e amigos em estado de luto profundo.

Ralph Madugu, editor da revista Today’s Challenge da ECWA, também comentou sobre a situação alarmante que os pastores e cristãos enfrentam na Nigéria. Ele criticou a negação de alguns funcionários do governo sobre a existência de genocídio contra a comunidade cristã, ressaltando que esses ataques são parte de um padrão crescente de violência direcionada.

A situação dos Fulani e a violência no país

Os Fulani, um grupo étnico que é predominantemente muçulmano, são conhecidos por suas práticas de pastoreio e têm uma longa história na região. Contudo, dentro desse grupo, existem facções que adotam ideologias radicais, levando a uma onda de violência que tem como alvo comunidades cristãs. Um relatório do Grupo Parlamentar Multipartidário para a Liberdade Internacional ou Crença (APPG) do Reino Unido, publicado em 2020, aponta que alguns Fulani têm se comportado de maneira semelhante ao Boko Haram e ao ISWAP, demonstrando intenções claras de atacar cristãos e símbolos do cristianismo.

Os líderes cristãos na Nigéria acreditam que as motivações por trás dos ataques a comunidades cristãs estão ligadas ao desejo de expandir o islamismo e tomar terras, especialmente em uma época em que a desertificação e a escassez de recursos naturais dificultam a manutenção dos rebanhos. Essa dinâmica agrava o conflito entre pastores e agricultores, aumentando a tensão nas regiões afetadas.

A violência anticristã na Nigéria

A Nigéria é considerada um dos países mais perigosos do mundo para os cristãos. De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2025 (LMP), a violência anticristã no país atingiu níveis alarmantes. No total, 4.476 cristãos foram mortos por sua fé em todo o mundo, com 3.100 (69%) desses casos ocorrendo na Nigéria. O relatório afirma que a violência contra cristãos já atinge o nível máximo, de acordo com a metodologia utilizada pela lista.

Na região centro-norte do país, onde a população cristã é mais significativa, milícias extremistas islâmicas Fulani realizam ataques a comunidades agrícolas, resultando na morte de centenas de pessoas, principalmente cristãos. O relatório também menciona a atuação de grupos jihadistas, como Boko Haram e o grupo dissidente Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), que continuam a atacar comunidades vulneráveis, especialmente em áreas onde o controle do governo é fraco.

O aumento dos sequestros para resgate

Nos últimos anos, a Nigéria tem testemunhado um aumento significativo no número de sequestros para resgate. A violência se espalhou para os estados do sul e novos grupos terroristas, como o Lakurawa, emergiram no noroeste do país. Armados com armamento avançado e uma agenda islâmica radical, o Lakurawa está associado à insurgência da Al-Qaeda, demonstrando a crescente complexidade do cenário de segurança na Nigéria.

Com a situação se deteriorando, é crucial que a comunidade internacional preste atenção ao que está acontecendo na Nigéria e busque maneiras de ajudar a proteger aqueles que são alvo de violência por causa de sua fé.

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