Perseguição de Cristãos Aumenta Globalmente, Alertam Líderes

Perseguição de Cristãos em Nível Global: Um Aumento Alarmante

A perseguição de cristãos ao redor do mundo tem se intensificado de forma alarmante, conforme revelado por especialistas em direitos humanos em uma coletiva de imprensa em Berlim, na Alemanha, no dia 15 de outubro. A situação global dos cristãos, segundo Thomas Schirrmacher, presidente da Sociedade Internacional de Direitos Humanos (ISHR), se deteriorou drasticamente, refletindo uma realidade preocupante.

Fatores Contribuintes para a Perseguição

Schirrmacher destacou que a perseguição se manifesta não apenas através de atos de violência direta, como assassinatos e sequestros, mas também por meio de legislações discriminatórias, exclusão social e restrições severas à vida pública e privada. O controle sobre igrejas e serviços religiosos também é uma tática comum utilizada pelos regimes autoritários.

O aumento de regimes autoritários, o nacionalismo religioso e a instabilidade política têm contribuído para a escalada da perseguição. Na coletiva, o presidente da ISHR enfatizou a importância de avaliar as ameaças contemporâneas à liberdade religiosa, que incluem perseguições estatais, violência extremista e discriminação religiosa.

Casos Exemplares de Perseguição

Nigéria: Um Epicentro de Violência

Um dos casos mais alarmantes é o da Nigéria, que está prevista para se tornar o terceiro maior país cristão do mundo até 2050. Grupos islâmicos como Boko Haram, a Província do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) e as milícias de pastores Fulani estão constantemente atacando comunidades cristãs. Esses ataques incluem sequestros, assassinatos e a destruição de igrejas, criando um clima de medo e incerteza que afeta não apenas indivíduos, mas comunidades inteiras.

As necessidades na Nigéria são enormes, com a demanda crescente por médicos de emergência, sistemas de alerta precoce e medidas de evacuação para prevenir massacres futuros.

Paquistão: Discriminação e Ameaças Legais

Outro país com uma situação grave é o Paquistão, onde as leis de blasfêmia frequentemente resultam em perseguições. Uma simples acusação pode levar à ostracização social, ataques violentos ou até mesmo julgamentos injustos. Meninas de minorias religiosas, especialmente cristãs e hindus, enfrentam sequestros, conversões forçadas e casamentos infantis. Apesar da existência de leis destinadas a proteger essas minorias, a aplicação de tais normas é frequentemente ineficaz.

A Resposta Internacional e o Papel da Sociedade Civil

Schirrmacher fez um apelo à comunidade internacional e à sociedade civil para que defendam a liberdade religiosa e se manifestem em favor dos cristãos perseguidos. Ele ressaltou que a liberdade religiosa é um direito humano fundamental e não deve ser tratada como uma questão política secundária. A história tem mostrado que onde a liberdade de crença é restringida, outros direitos fundamentais também estão em risco.

Além disso, Thomas Rachel, Comissário do Governo Federal da Alemanha para a Liberdade de Religião e Crença, destacou a importância da liberdade religiosa como parte essencial da política de direitos humanos. Ele enfatizou que a violação desse direito pode levar a conflitos e violência, tornando o diálogo entre comunidades religiosas uma prioridade para a paz e a estabilidade global.

A Situação dos Cristãos na Ucrânia e em Outros Países

Johann Matthies, representante da Evangelische Allianz Deutschland, abordou a difícil situação dos cristãos na Ucrânia, ressaltando seu papel na identidade nacional e no pluralismo religioso. Ele contrastou isso com a Rússia, onde o Kremlin tem utilizado a Igreja Ortodoxa Russa como uma ferramenta política, levando à repressão sistemática de comunidades religiosas independentes, especialmente igrejas evangélicas livres.

Matthies alertou que, desde a ocupação da Crimeia e do Donbass em 2014, as autoridades russas têm fechado comunidades religiosas que se recusam a se submeter à Igreja Ortodoxa Russa, intensificando a repressão nos novos territórios ocupados.

Conclusão

O aumento da perseguição a cristãos em diversas partes do mundo é um sinal preocupante que exige atenção e ação urgente da comunidade internacional. A defesa da liberdade religiosa deve ser uma prioridade para todos que valorizam os direitos humanos e a dignidade de cada indivíduo, independentemente de sua crença.

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