Perseguição de Cristãos Aumenta e Preocupa Líderes de Direitos Humanos

O Aumento da Perseguição aos Cristãos no Mundo

A perseguição aos cristãos tem se intensificado globalmente, um fenômeno que foi destacado por especialistas em direitos humanos durante uma coletiva de imprensa em Berlim, na Alemanha. Thomas Schirrmacher, presidente da Sociedade Internacional de Direitos Humanos (ISHR), anunciou o lançamento dos anuários “Liberdade Religiosa” e “Perseguição e Discriminação de Cristãos” e alertou sobre a deterioração da situação dos cristãos em várias regiões do mundo.

A Natureza da Perseguição

A perseguição se manifesta de diversas formas, englobando desde violência direta, como assassinatos e sequestros, até discriminação social e legislativa. Os cristãos enfrentam restrições tanto na vida pública quanto na privada, com um controle crescente sobre igrejas e serviços religiosos. Schirrmacher identificou a ascensão de regimes autoritários e o nacionalismo religioso como fatores que aumentam a pressão sobre as comunidades cristãs.

Estudos de Caso: Nigéria e Paquistão

Um dos exemplos mais críticos mencionados foi o da Nigéria, onde grupos extremistas, como o Boko Haram e a Província do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), atacam comunidades cristãs com frequência. Esses grupos realizam ataques terroristas, sequestros e assassinatos, resultando em um clima de medo e incerteza que afeta não apenas os indivíduos, mas toda a comunidade. A Nigéria, que deve se tornar o terceiro maior país cristão do mundo até 2050, enfrenta desafios imensos, incluindo a necessidade de recursos médicos e sistemas de alerta para prevenir massacres.

No Paquistão, a situação é igualmente alarmante. A legislação contra a blasfêmia é utilizada como uma ferramenta de opressão, onde apenas a acusação de blasfêmia pode resultar em ostracismo social, ataques violentos ou até mesmo julgamentos. Meninas de minorias religiosas, como as cristãs e hindus, são particularmente vulneráveis a sequestros, conversões forçadas e casamentos infantis, apesar das leis que visam proteger esses grupos.

A Resposta Internacional e o Papel dos Governos

Schirrmacher destacou que a liberdade religiosa é um direito humano fundamental, mas as ameaças a esse direito estão em ascensão. Ele enfatizou a importância da pressão internacional, mencionando que a União Europeia e outros países estão começando a notar melhorias, mas a situação permanece crítica. Ele fez um apelo aos políticos e à sociedade civil para defendê-los com veemência.

Além disso, ele apontou que os cristãos em países como Egito, Síria, Índia e Mianmar enfrentam discriminações severas. Estados que impõem suas ordens sociais por meio de uma religião específica, como o Afeganistão, Irã e Paquistão, utilizam a força estatal para controlar e oprimir as comunidades cristãs e outras minorias religiosas.

A Importância do Diálogo e da Ação Conjunta

Thomas Rachel, Comissário do Governo Federal da Alemanha para a Liberdade de Religião e Crença, ressaltou que a defesa da liberdade de religião é uma parte crucial da política de direitos humanos. Ele argumentou que o respeito por essa liberdade é essencial para a paz e a estabilidade global. Quando governos desrespeitam essa liberdade, o resultado pode ser um aumento de conflitos e violência, o que torna o diálogo inter-religioso ainda mais urgente.

Johann Matthies, representante da Evangelische Allianz Deutschland, abordou a situação dos cristãos ucranianos, que desempenham um papel fundamental na formação da identidade nacional e na promoção do pluralismo religioso. Ele denunciou a perseguição sistemática que essas comunidades enfrentam, especialmente na Rússia, onde o governo tem usado a Igreja Ortodoxa Russa como uma ferramenta política.

Conclusão: Um Chamado à Ação

A situação dos cristãos no mundo é alarmante e exige uma resposta robusta de toda a sociedade. A defesa da liberdade religiosa deve ser uma prioridade, não apenas como um direito humano fundamental, mas também como um caminho para garantir a paz e a estabilidade entre as nações. A solidariedade com as comunidades perseguidas é um passo essencial para combater a opressão e promover um futuro em que todos possam exercer sua fé livremente, sem medo de represálias.

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