Supere a Rejeição e Dê a Volta por Cima Agora

Pessoas que sofrem com a rejeição podem dar a volta por cima

A rejeição é uma experiência que muitos de nós enfrentamos em diferentes momentos da vida, seja na infância, na escola, na adolescência ou até em ambientes familiares. Esse sentimento, que pode parecer passageiro para alguns, se transforma em uma ferida profunda para outros, afetando diretamente a autoestima, os relacionamentos e a percepção espiritual ao longo da vida.

Estudos na área da psicologia, incluindo uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Psychology em 2018, revelam que as experiências de rejeição social na infância podem aumentar significativamente os riscos de desenvolver ansiedade, depressão e dificuldades em confiar nas pessoas durante a vida adulta. Além disso, a neurociência confirma que a rejeição ativa áreas do cérebro que também são ativadas pela dor física, evidenciando a gravidade desse tipo de experiência.

O impacto da rejeição na vida espiritual

A Bíblia oferece vários exemplos de personagens que enfrentaram a rejeição de formas profundas e marcantes. José, por exemplo, foi vendido como escravo por seus próprios irmãos, enquanto Davi foi ignorado por seu pai e menosprezado pelo gigante Golias. Essas narrativas mostram que o sentimento de exclusão é algo que atravessa gerações e que pode afetar a identidade e o valor que uma pessoa atribui a si mesma.

O pastor Josué Brandão, vice-presidente da Assembleia de Deus em Feira de Santana (BA), enfatiza que o impacto da rejeição está diretamente relacionado ao valor que se atribui àqueles que nos rejeitam. “Algumas pessoas podem nos tratar com desdém e isso fará pouca diferença. No entanto, o desprezo de uma pessoa que valorizamos pode nos ferir profundamente”, observa Brandão.

Exemplos bíblicos de rejeição

Na narrativa de 1 Samuel 17, por exemplo, o desprezo de Golias em relação a Davi não se restringe ao combate, mas representa uma marca simbólica de rejeição. O versículo 42 destaca que Golias olhou para Davi e o desprezou. Contudo, Davi não permitiu que essa humilhação o definisse; sua autoconfiança e coragem foram fundamentais para que ele superasse esse momento desafiador.

As feridas da rejeição e suas consequências

Experiências de rejeição na infância podem deixar feridas que se traduzem em insegurança crônica, dificuldades de pertencimento e medo do abandono. O pastor Brandão observa que muitos lidam com esses efeitos emocionais e espirituais ao longo da vida. “Não se trata de falta de fé ou de oração, mas sim de reconhecer que, para vencer um gigante, é preciso primeiro identificá-lo. Não se pode vencer um inimigo que não se reconhece”, explica.

Brandão compartilha experiências pessoais de rejeição que vivenciou em diferentes países. Em Londres, durante uma manifestação política, um motorista o alertou sobre o risco de ser agredido. Em outra ocasião, na Suíça, foi barrado em um restaurante com a justificativa de que “não serviam pessoas como ele”. Essas situações reforçam a realidade de que somos frequentemente rejeitados por aspectos que nos definem, como nossa fé e convicções.

A rejeição não define nossa identidade

É importante lembrar que até Jesus enfrentou a rejeição, conforme profetizado em Isaías 53:3, onde é descrito como “desprezado e rejeitado entre os homens, homem de dores e experimentado nos sofrimentos”. A rejeição não deve ser a narrativa principal em nossas vidas. “O que os outros dizem ou fazem não pode anular o que Deus diz a nosso respeito. Ele nos chama de filhos, amados e escolhidos”, afirma Brandão.

Construindo resiliência

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) corroboram essa visão, mostrando que a construção de uma rede de apoio — seja familiar, comunitária ou espiritual — é crucial para superar as marcas da rejeição. Esse suporte pode oferecer um ambiente de acolhimento e compreensão, fundamental para a cura emocional.

Caminhos para a superação da rejeição

O pastor Josué Brandão propõe algumas atitudes práticas para lidar com a rejeição e suas consequências:

  • Reconhecer a dor: Ignorar a dor só aumenta o peso da ferida. É essencial reconhecer e sentir o que se está passando.
  • Orar com sinceridade: Colocar diante de Deus a dor que se carrega, sem máscaras, é um passo importante para a cura.
  • Firmar-se na Palavra: Lembrar que, em Cristo, somos mais que vencedores e que nossa identidade n’Ele é inabalável.
  • Viver em comunidade: A igreja deve ser um espaço de acolhimento, onde se experimenta o oposto da rejeição.
  • Praticar o perdão: Perdoar não significa concordar com a injustiça, mas decidir não viver preso a ela.

Um novo olhar sobre a rejeição

As experiências de rejeição não precisam se transformar em sentenças definitivas. “A rejeição pode ter tentado escrever sua história, mas não será a última palavra. A última palavra vem de Deus, e ela é vida, aceitação e propósito”, conclui Brandão. Para aqueles que convivem com as marcas da exclusão, essa reflexão abre a possibilidade de ressignificar a dor e encontrar um olhar de aceitação que não depende das circunstâncias ou das pessoas, mas de um Deus que promete nunca lançar fora quem se aproxima d’Ele.

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